Lisboa de todas as cores
A capital de Portugal é uma cidade que se deixa descobrir aos poucos — com a luz certa, no ritmo certo. Lisboa é feita de camadas, e cada cor revela uma delas
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A capital de Portugal é uma cidade que se deixa descobrir aos poucos — com a luz certa, no ritmo certo. Lisboa é feita de camadas, e cada cor revela uma delas
Por Arthur Belotto, de Lisboa, Portugal
É uma cidade onde a luz tem presença física. Ela se deita sobre os telhados vermelhos, infiltra-se nas pedras calçadas, reflete nas fachadas de azulejos. É como se tudo brilhasse em algum momento. As ruas íngremes, os bondes amarelos, os bairros tradicionais formam um mosaico vivo e luminoso.
Quem viu o filme "Pobres Criaturas", do diretor Yorgos Lanthimos, talvez entenda. Há algo surreal em Lisboa, como se a vibração da cidade existisse em um sonho torto que contrasta bem o ado e a modernidade.
Os azulejos típicos, os mirantes com vistas para o Tejo e as varandas de ferro rendado de bairros como Alfama e Baixa se entrelaçam com o enredo da personagem de Emma Stone para criar o clima onírico do filme.
Lisboa é uma cidade construída sobre sete colinas — e, por isso, vê-la de cima é quase uma obrigação. Os mirantes (ou miradouros, como são chamados por lá) são uma parte essencial do seu charme. Cada um deles tem sua própria atmosfera, como janelas para diferentes versões da capital.
O Miradouro da Senhora do Monte é o mais generoso deles. De lá, se vê Lisboa em 360º como uma miniatura viva: a Sé, o castelo de São Jorge, o rio que se esparrama ao fundo. Prefira ao nascer do dia ou no fim da tarde, quando o céu se dissolve em azuis e dourados.
Um jeito de conhecer os melhores mirantes e explorar os vários pontos de vista da cidade é com um eio num dos famosos tuk tuks. Inspirados nos modelos asiáticos, esses veículos foram adaptados para as ruas estreitas e íngremes da capital portuguesa — e conquistaram o coração dos turistas.
Conhecer Lisboa pelos tuk tuks é ver a cidade com olhos emprestados. E poucos são tão atentos quanto os de Adriana Lage, motorista-guia que vive na capital há cinco anos. Com muita simpatia, ela compartilha histórias e aquelas dicas que não estão nos guias — do bar LGBT mais animado até a linha de bonde mais segura (e menos abarrotada) para percorrer a cidade.
Perca-se pela cidade! Entre em ruas sem saber onde vão dar. Andar por Lisboa é isso: entre becos e colinas você 'tropeça' em prédios históricos ou paisagens de tirar o fôlego"
Adriana Lage
Eu poderia ter embarcado com a Adriana em um tour mais tradicional da Tuk Guide — pelos pontos turísticos clássicos, por exemplo. Porém, a galeria a céu aberto que você encontra em Lisboa me conquistou.
Em contraste com a arquitetura tradicional, os murais e grafittis tomam conta de ruas, becos e edifícios. Esses trabalhos não só embelezam o espaço público, mas refletem as tensões sociais, políticas e culturais de Lisboa e do mundo.
Quando o calor aperta — e ele aperta —, os lisboetas sabem o caminho do alívio: o mar. Distante uma curta viagem de trem (partindo do Cais do Sodré), a Praia da Azarujinha é um segredo bem guardado em São João do Estoril, a apenas alguns minutos do centro.
Pequena, rodeada por paredões e com um ar de refúgio, Azarujinha é quase um retiro. As águas são calmas e o som do mar parece ainda mais suave entre as pedras. Ali, o tempo desacelera. É lugar para contemplar.
Duas estações de trem adiante, você chega até a Praia da Conceição, em Cascais. Em contraste com a introspecção da Azarujinha, aqui tem mais movimento. Perto de bares, restaurantes e calçadões, ela vibra como uma extensão urbana — é o cenário perfeito para combinar sol com um pouco mais de agito. Lisboa, nessa praia, continua pulsando.
Quando o sol se apaga, a cidade acende de outro jeito. A vida noturna de Lisboa é cheia de energia. O Cais do Sodré e a zona do Príncipe Real estão entre os bairros mais animados. Mas é o Bairro Alto o epicentro da festa lisboeta: ruas estreitas cheias de tabernas, bares que transbordam para as calçadas, vozes altas, copos na mão iluminados pelos neons.
No Bairro Alto, o Manny's Place está entre os vários bares LGBTs da região. É também um dos mais animados, com shows diários de drag queens.
No palco, Nicole Vartin — alter ego de Bruno Alexandre dos Santos — reina há 27 anos. Para ele, a mentalidade do público de Lisboa mudou muito: "Principalmente em como a arte drag é percebida e celebrada".
Lisboa sempre foi uma cidade de múltiplas identidades e culturas. Portugal é hoje um país livre e liberal que, felizmente, superou os períodos sombrios de ditadura e repressão"
Sandro Vaz Marques, intérprete da drag Chloé Di Fendi
Ao todo, serão mais de 50 atrações espalhadas por diferentes endereços de Lisboa, tais como Praça do Comércio, Capitólio, Cinema São Jorge, Avenida da Liberdade, Parque Mayer, Palácio das Galveias, Casa Jardim da Estrela e Belém.
Ao fim dos meus dias na cidade, vi que Lisboa é dourada como a crosta do pastel de nata e o entardecer. É azul das águas do Tejo, das praias e dos azulejos. É vibrante como grafittis, neons e collants. É, enfim, um mosaico de tons que se relevam a cada eio.
É a Lisboa de todas as cores.
Reportagem: Arthur Belotto*
Edição: Eduardo Burckhardt
Design: Yasmin Ayumi
Fotos e vídeos: Arthur Belotto, com imagens adicionais de Eduardo Goody/Unsplash e Getty Images
* O repórter viajou a convite do Associação Turismo de Lisboa (ATL).