
"Spec Ops: The line" não entregou completamente a prometida liberdade para usar a areia como arma, não tem um multiplayer cooperativo e também não é perfeito tecnicamente. Em compensação, entregou um modo solo divertido e bastante diferente do que geralmente é oferecido em jogos de tiro.
O visual agrada no geral, a mecânica funciona com excelência e trabalha em harmonia com o cenário destruído e devastado pelas areias do oriente médio. O melhor, porém, é a história e como ela envolve o jogador do início ao fim.
Walker não é um herói infalível. A história não se trata de bons moços dos Estados Unidos. Pelo contrário, a guerra de "The Line" é cruel, os inimigos são igualmente impiedosos e os efeitos naturais causados pela tempestade de areia irritam e atrapalham.
Dessa forma, é natural que o protagonista Walker não seja um exemplo 'bom moço'. Ele é um ser humano, erra e muito. Seus parceiros brigam entre si quase o tempo todo. Todos estão no limite e não ligam mais para nada, nem pra ninguém. Em Dubai, a guerra é caótica e corrompe não apenas os arranha-céus, mas também as pessoas.
Introdução
Produzido pelo até então desconhecido estúdio alemão Yager, "Spec Ops: The Line" é um jogo de tiro em terceira pessoa que promete entregar uma nova abordagem aos jogos de tiro.
A começar, a escolha por uma versão devastada da encantadora Dubai é algo a se prestar atenção, já que as tempestades de areia e o calor escaldante se unem ao campo de batalha para atrapalhar o jogador e seus inimigos.
O visual construído no motor gráfico Unreal Engine se esforça para reproduzir com fidelidade a arquitetura dos prédios suntuosos e modernos dessa cidade do oriente médio, além dos efeitos físicos causados pela fúria da natureza.
Para completar, o jogo conta também com um modo multiplayer competitivo pela internet ou por rede local e um modo de personalização de personagens com direito a itens
Pontos Positivos
Trama empolgante
O ponto alto de "Spec Ops: The line" é, sem dúvida, a sua trama empolgante. No controle do capitão norte-americano Martin Walker o jogador enfrentará, ao lado dos soldados Lugo e Adams, uma guerra caótica entre facções militares em um cenário inóspito e tomado por uma tempestade de Areia.
Longe de ser um herói clichê de jogos de guerra, Walker dispensa a perfeição. Ele não tem certeza de nada, mas sabe como incentivar seus companheiros a permanecerem ao seu lado mesmo com tantos imprevistos e problemas.
Além disso, os três não são os melhores exemplos de pessoa e a própria guerra moldará a personalidade intolerante do grupo. Em alguns momentos, Walker e seus parceiros vão se deparar com questões morais, o que, cá entre nós, não vem ao caso para soldados raivosos no meio de uma guerra suja. E acredite, eles realmente não ligam para nada. Nem pra ninguém.
Encantos de Dubai
Dubai, a meca do consumismo no Oriente Médio continua com seus arranha-céus que são referência arquitetônica na atualidade - e eles são lindamente representados em "The Line".
O problema na cidade agora é a tempestade de areia, que literalmente cobriu tudo e fez com que o o a esses lindos edifícios e em todo o restante do local.
Aqui, a areia será uma de suas inseparáveis companheiras. Ela está em todo o canto. O pior acontece quando a ventania resolve aparecer, levantando tudo em tempestades tão caóticas que faz com que os personagens percam o equilíbrio, andem mais lentamente e deixem de enxergar os inimigos ao seu redor.
Da mesma forma, o sol e o calor escaldante também irritam, chegando até 'cegar' o personagem e dificultando muito na hora do jogador mirar nos inimigos. Pode-se dizer, sem sombra de dúvida, que "The Line" é o jogo de tiro que melhor sabe trabalhar com elementos naturais até agora.
Ação sem limites
Longe de ser inovador, o sistema de controles em terceira pessoa de "The Line" funciona muito bem. Repleto de pontos de esconderijo, Walker a de um local para outro rapidamente de forma precisa, tal qual "Gears of War".
Além disso, a oferta de armas é igualmente boa com modelos que vão desde pistolas simples até rifles de precisão e lançadores de mísseis. Cada qual com suas características respeitadas e estragos diferentes.
Há também os elementos destrutíveis do cenário, como árvores, enfeites e barris inflamáveis. Todos podem ser usados para atrapalhar a vida dos inimigos.
Por fim, Lugo e Adams também desempenham um papel importante. A inteligência artificial pode não ser perfeita, mas não atrapalha. Os dois, aliás, precisam de cuidados em casos de ferimentos e apesar de não retribuírem os curativos, ao menos ajudam bastante no fogo contra os inimigos. Eles realmente não tem medo de morrer e isso é muito bem vindo principalmente quando a munição de Walker está no limite.
Pontos Negativos
Multiplayer ok, mas limitado
Antes de mais nada. O multiplayer competitivo de "Spec Ops: The Line" não é ruim, do contrário, ele é até divertido graças aos elementos naturais como tempestade de areia e o sol escaldante.
Os modos em estilo "Death Match" (cada um por si) e "Team Death Match" (guerra entre times) funcionam bem e o modo Buried adiciona objetivos para deixar tudo mais atraente.
O calcanhar de Aquiles do multiplayer e que o deixa muito limitado, porém, é a falta de um modo cooperativo, que se encaixaria como uma luva à trama de companheirismo e sobrevivência dos três heróis.
Falhas técnicas
Tudo é muito bonito, a trama empolga e a campanha solo diverte, mas nem por isso "The Line" está livre de falhas técnicas que chegam a incomodar. A primeira bronca fica por conta da dublagem. Se o trabalho de Nolan North (o mesmo de Nathan Drake, de "Uncharted") e os demais dubladores é impecável e livre de crítica, o mesmo não pode se dizer da sincronização labial horrível que mais lembra a dublagem dos infames "Feira da Fruta" e "Tela Class".
Da mesma forma, o gráfico apresenta altos e baixos. Lindo na representação e iluminação da areia e da paisagem geral no horizonte de Dubai, serrilhados aparentes e lentos carregamentos de texturas são constantes mesmo em configurações mais altas do PC, principalmente em elementos mais finos como mastros de bandeiras e superfícies retas. O PlayStation 3 sofre do mesmo mal.
Cenários não tão destrutíveis.
Prometida como um dos diferenciais de "The Line", a possibilidade de usar a areia para criar emboscadas contra os inimigos realmente existe, mas de forma bem tímida.
São poucos os cenários em que a areia pode ser usada dessa forma e, em muitas vezes, o tiroteio é tão caótico que dificilmente o jogador vai se arriscar a procurar os pontos destrutíveis dos edifícios.
É uma pena, pois se melhor aproveitado, poderia realmente se destacar como um diferencial. Dessa forma, esse recurso não a de mera perfumaria.
Nota: 8 (Ótimo)
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