Só se fala dela: Nokia acerta na estratégia e garante retorno fulminante

Se alguns anos atrás alguém te dissesse que a Nokia estaria de volta com tudo, você certamente duvidaria. Mas, foi o que aconteceu. A nova versão da marca finlandesa, controlada desde 2016 pela HMD, soube aproveitar a boa fama e a nostalgia para relançar seus clássicos --como não é boba, mostra que também está ligada os novos tempos e traz um portfólio variado e consistente de celulares Android.
Foi com esta fórmula, muito diferente da concorrência, que a marca roubou a cena na importante feira de telefonia MWC (Mobile World Congress) de Barcelona pelo segundo ano consecutivo. Ganhou todos os holofotes ao reviver um modelo flip da década ada, o 8110, também conhecido com "celular banana", assim como aconteceu quando trouxe de volta o 3310, famoso "tijojão", em versão supercolorida.
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Segundo a divisão de marketing do Twitter no Reino Unido e a consultoria Brandwatch, a Nokia ficou em primeiro lugar em "buzz" (burburinho) na rede social no período da MWC 2018, deixando para trás Samsung, Huawei, Google e Apple.
Além disso, o chefe de produtos da HMD, Julio Sarvikas, tuitou uma foto com os 21 prêmios que a companhia ganhou na MWC de diversos veículos que cobrem tecnologia.
Mas buzz vira lucro?
A retomada da Nokia é tímida, mas constante. A consultoria Counterpoint estima 13,5 milhões de telefones básicos e 2,8 milhões de smartphones (um total de 16,3 milhões de telefones) foram vendidos pela Nokia no mundo até o terceiro trimestre do ano ado.
Ou seja, a Nokia/HMD conquistou cerca de 1% do mercado mundial de smartphones e 15% do mercado de "feature phones" --o celular sem tela touch e com botões físicos-- em menos de dois anos.
Seus principais mercados hoje são a Índia, Europa e Ásia-Pacífico, com presença discreta na África e Oriente Médio. Na América Latina, apenas México, Colômbia, Chile e Peru já contam com os novos celulares da empresa. O Brasil, que ainda tem a memória afetiva dos modelos ultrarresistentes da Nokia da década ada, por enquanto está fora desse cenário.
Jackie Kates, diretora de marketing da HMD nas Américas, repetiu na MWC deste ano o que ouvimos em 2017: que apesar de estar ciente do amor dos brasileiros pela marca, continuam sem data prevista para voltar ao Brasil. "Precisamos ainda formar uma equipe para isso", explica.
Do básico ao
A atual Nokia divide-se entre o resgate de modelos "feature phones" e o investimento em novos smartphones Android, por isso vem sendo uma parceira importante nos planos da Google para emplacar o Android One, que visa preservar a "pureza" do sistema.
Não deixa de ser uma ironia, já que um dos erros da antiga encarnação da Nokia foi não ter adotado o Android a tempo, preferindo os sistemas Symbian e Windows Phone.
Do lado "feature phone", os baratinhos, temos o 3310 e 8110, que ganham visual atualizado, mas trazem especificações bem modestas e sistema operacional de poucos e antigos recursos, como agenda de contatos, calculadora e lanterna.
O 8110 conta com um sistema chamado KaiOS, que adapta serviços como Facebook e Google para o formato "feature phone", mas não tem WhatsApp. Eles custam respectivamente pouco mais de R$ 170 e R$ 320 na conversão direta, sem impostos.
O 8 Sirocco tem um bonito visual com tela iluminada, com bordas curvas e desempenho aparentemente rápido. A câmera é competente, com duas lentes na traseira, zoom ótico 2x (de mais qualidade que o digital, mais comum) e registra boas imagens, embora tenha um pequeno atraso entre um clique e outro. Apesar disso, parece um celular bem interessante como alternativa aos Galaxys, Motos e Xperias.
Já o 7 Plus tem laterais na cor cobre e seu visual lembra um pouco o Moto G4 Plus, de 2016. É um ótimo custo-benefício: por R$ 1.676 (preço na Europa, na livre conversão), você tem um processador Snapdragon 660, 4 GB ou 6 GB de RAM e 64 GB de armazenamento.
A Nokia ainda tem no seu portfólio o intermediário Nokia 6, os baratos Nokia 5 e 3, o top de linha 8. Deste ano, além dos citados acima há o barato Nokia 1. Tem para todos os gostos.
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