Em Milão, ele só segurou filho 4 dias após parto: "Ansiedade virou emoção"

A italiana Caterina Fantini e o paulista Rafael Kassapian se conheceram durante uma viagem a Tel Aviv, em Israel, em maio de 2017. Com a paixão instantânea, eles se casaram ainda em 2017, foram morar em Milão e tiveram Manuela, a primeira filha do casal, que nasceu em maio de 2018.
Em 2019, Caterina e Rafael "engravidaram" novamente, com o parto previsto para o fim de abril ou começo de maio deste ano. A gestação correu bem mas, meses antes do nascimento do filho Antonio, o casal viu a cidade em que estavam construindo família se tornar um dos epicentros da pandemia do novo coronavírus. Junto com as medidas de quarentena e lockdown —um estágio de bloqueio total da movimentação — veio o medo de Caterina e o bebe se contaminarem durante o pré-natal ou o parto.
Enquanto os exames pré-natais ocorriam sem os problemas e as dificuldades que o casal temia, até porque os hospitais ficaram vazios fora das áreas de emergências, Rafael se deu conta que não poderia acompanhar o parto do segundo filho, já que pelas regras de lockdown somente profissionais da saúde e gestantes podiam entrar na maternidade.
"Claro que eu fiquei triste ao saber que não poderia presenciar esse momento especial e estar no hospital na hora em que meu filho nascesse. Mas também sabia que era o melhor para a saúde de todos", conta Rafael.
Dia do parto: tensão à distância
"Foi tenso ficar em casa, mas Catarina e eu nos 'falamos' por mensagem e ligação a todo o momento, eu sempre muito curioso e ansioso para saber o que se ava durante a internação. Seguimos conversando até praticamente a hora do parto."
Em todo o período do parto, Rafael se viu em um momento de aflição e impotência. "Fiquei andando pela casa, rezando? Após duas horas sem ter notícias, liguei para o hospital e a enfermeira foi bem solícita, me explicou que estava no processo de nascimento", diz. "No nascimento de Manuela eu participei de tudo, cortei o cordão umbilical. Dessa vez o máximo que pude fazer foi cuidar e distrair a Manuela torcendo para tudo dar certo."
Notícias da maternidade
No dia seguinte, Caterina postou em seu Facebook uma mensagem para Rafael: "Viver o nascimento do nosso filho sozinha, sem você que me aperta e me dá força, foi a maior dor de todas as dores do parto. Eu sei quanta força e participação você teria dado, como foi no nascimento da pequena Nunu. Mas mesmo que fisicamente você não estivesse aqui, senti de longe o seu amor e suas orações. Mal posso esperar para voltar para casa com o pequeno Antonio para te fazer sentir, tocar, abraçar".
Para matar a saudade enquanto Caterina e Antonio não recebiam alta, o casal seguiu se falando por chamadas de vídeo, aplicativos de mensagem instantânea e redes sociais.
O encontro
Rafael e Manuela foram encontrar Caterina e Antonio apenas quatro dias após o parto, no dia 5 de maio, na porta da maternidade.
Foi ali, próximo ao carro, em frente ao hospital, que segurei meu filho pela primeira vez. Foi muito emocionante, uma sensação boa de estar ali, ao ar livre, finalmente com os meus filhos e Caterina"
"O nascimento de Antonio foi diferente de tudo que já imaginei. Uma coisa é você participar de todo o processo no hospital, ver as coisas acontecerem. Outra é sua esposa sair de casa grávida e voltar com o filho no colo. Mas, no fim, o importante é que tudo deu certo e os dois estão bem."
Depois de alguns meses dentro de casa, a pequena Manuela ainda pôde aproveitar a saída para encontrar o novo irmãozinho e se divertir no parque em frente ao hospital, já que a Itália a agora por um momento de reabertura. "Ela estava muito ansiosa para brincar, ficou muito tempo 'fechada'".
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